Saneamento: Saúde, inflação e impactos que vão além da água.

O saneamento básico é um tema central para a saúde pública, o meio ambiente e a economia. Muitas vezes invisível no dia a dia, ele se torna evidente quando há falhas no sistema.

Na saúde pública, a falta de um sistema eficiente de coleta e tratamento de esgoto contribui para surtos de doenças que poderiam ser evitadas. Na economia, tarifas inadequadas impactam o orçamento de famílias e empresas, comprometendo a sustentabilidade financeira.
Casos recentes mostram o quanto a gestão do saneamento impacta diretamente a vida das pessoas:
No final de 2024, o Guarujá enfrentou um surto de gastroenterite que alarmou a população e as autoridades de saúde. Só em dezembro, foram registrados 2.064 atendimentos, um aumento de 42% em relação ao mês anterior. A Prefeitura do Guarujá atribuiu o surto a vazamentos de esgoto nas praias.
Esse caso mostra como a falta de controle e fiscalização no sistema de esgoto pode desencadear crises de saúde pública. A contaminação da água, por falhas estruturais ou vazamentos ilegais, expõe a população a riscos.
Outro exemplo recente que evidencia o impacto do saneamento é a decisão da Sabesp de rescindir contratos com grandes consumidores, como indústrias, hospitais e shoppings. Essa medida resultou em aumentos que, em alguns casos, ultrapassaram 200%.
Esse aumento nas contas de água não afeta apenas as empresas diretamente. Os reajustes acabam sendo repassados aos consumidores finais, gerando impacto no custo de produtos e serviços. Desde alimentos até atendimentos médicos, os preços podem sofrer variações, o que afeta o bolso da população e contribui para a inflação.
Os dois casos mostram que o saneamento não é um tema técnico restrito às concessionárias e órgãos públicos. Ele está diretamente ligado à qualidade de vida das pessoas.
Fiscalização e transparência nas operações das concessionárias são fundamentais para evitar casos como esse.